CURITIBA - fevereiro de 2017

A razão desta viagem a Curitiba foi muito especial - comemorar o aniversário de 80 anos da minha mãe. Ela não mora lá, mas a ideia foi celebrar em família, numa curta viagem de fim de semana. 

Como sempre, vou contar onde nos hospedamos, como nos locomovemos, onde comemos e os passeios que fizemos.

Vou começar com as providências anteriores à viagem: reserva de hotel, ingressos para o passeio de trem e passagem aérea.

Além de Curitiba ser uma cidade muito agradável, os preços de passagem aérea e hotel são mais em conta que em muitas outras capitais.

  • A reserva do hotel foi feita mais uma vez pelo Booking, sem qualquer problema, como das vezes anteriores. Escolher hotel em Curitiba não é uma tarefa fácil, pois tem muitas opções, então, usamos o seguinte critério:
    • Localização: 
    • Não ser no Centro (apesar de ter os melhores preços), pois li vários comentários de que é uma região com mais risco de assaltos, principalmente à noite. 
    • O Bairro Batel foi, então, o escolhido por ser bem localizado e com muitas opções de hotéis e restaurantes.
    • Hospedagem: 
    • Hotel com um preço máximo de R$ 200,00 a diária (casal, com café da manhã, pagamento no local e opção de cancelamento sem taxas).
    • Ter uma boa avaliação dos hóspedes.
    • A escolha foi o Harbor Hotel Batel. Um ótimo custo/ benefício: quarto amplo - tinha até uma pequena cozinha, ducha excelente, bom café da manhã, bem limpo, funcionários extremamente atenciosos, restaurante 24 horas, TV a cabo com muitos canais, ar condicionado, wi-fi gratuito e etc.. O hotel é antigo, mas já passou por reforma e tem boa manutenção. A única coisa que poderia ser um pouco melhor eram o colchão e os travesseiros, que, no entanto, não comprometeram a escolha.
      * fotos do site do hotel














  • A passagem aérea é sempre uma das primeiras coisas que pesquiso e para este destino tinha muitas opções, tanto saindo de Brasília, onde moramos, quanto de São Paulo, cidade de onde meus pais e irmão sairiam.
    • Nosso voo de ida foi pela LATAM e o de volta pela Avianca (o mesmo dos meus pais). Parabéns para a Avianca que está muito boa.
    • Os aeroportos de Brasília e Curitiba estão muito bons, mas o de Brasília está com um movimento muito intenso.
    • Como não tínhamos bagagem para despachar, fizemos o check in antecipado, assim, pudemos chegar com apenas uma hora de antecedência, Tendo que despachar bagagem, o melhor é chegar com mais antecedência.
    • Para o transporte  até o aeroporto/hotel e vice-versa, tanto em Brasília quanto em Curitiba, há algumas opções, mas a que compensa mesmo é o UBER, que funciona muito bem nas duas cidades. Nos aeroportos o Uber deve ser requisitado na plataforma de embarque. O preço chega a quase 1/3 do preço do táxi. pagamos R$ 32,00 (as distâncias que percorremos foram quase as mesmas nas duas cidades, em torno de 20 km).
  • O único passeio para o qual compramos o tíquete com antecedência foi o passeio de trem Curitiba/Morretes (vou detalhar o passeio mais a frente) com almoço, city tour e retorno de van para Curitiba inclusos. 
    • Quem opera os passeios é a Serra Verde Express, porém, várias agências comercializam o passeio. Eu comprei na Agência de Turismo Serra do Mar e quem me atendeu foi a Mery Zimmermann. Os contatos foram por e-mail e as respostas para minhas dúvidas chegavam rapidamente. O voucher do passeio foi enviado por e-mail, também. Tudo perfeito.
    • Nós escolhemos o trem de luxo - Litorina de Luxo. Esta litorina só opera aos sábados, domingos e feriados e é pequena, são apenas dois vagões (Copacabana e Foz) com 22 lugares cada uma, por isso a necessidade da compra antecipada..
 
Terminal Ferroviário
 
Interior do Terminal
 
Operadora dos trens turísticos

Providências prévias tomadas, chegamos a Curitiba. 
Como sempre, fizemos um planejamento dos passeios que queríamos fazer e conseguimos cumprir todo o planejado nos 3 dias completos que passamos lá. Chegamos na quinta de noite e saímos segunda bem cedo.

Tínhamos uma dúvida apenas: qual o meio de transporte ideal para fazermos os passeios, já que éramos 7 pessoas? Táxi estava descartado pelo alto custo.
Pensamos em algumas opções:
  • Alugar um carro de sete lugares, logo descartado, pois a logística para pegar e devolver o carro seria um pouco complicada e acabaria ficando caro.
  • Uma opção muito usada pelos visitantes é o ônibus turístico, que custava R$ 40,00 por pessoa (gastaríamos R$ 280,00), com direito a descer em apenas 4 locais (5 tíquetes, um inicial e mais 4). 
  • Nossa decisão foi muito acertada, UBER. 
    • Pegávamos sempre dois carros.
    • Rodamos muito -  13 vezes para cada carro, ou seja,  26 corridas. 
    • O tempo máximo de espera, depois de solicitar pelo aplicativo, foi de 5 minutos. No caso do ônibus de turismo, ele passa de 30 em 30 minutos, ou seja, você tem que ficar calculando o tempo de cada local visitado, além de ter que escolher os lugares a visitar na sequência das paradas.
    • A corrida mais cara do UBER foi R$ 20,00, no total gastamos um pouco menos que os R$ 280,00 do valor do ônibus turístico e com muito mais conforto (ar condicionado, água, balinha, educação, etc.).
    • O ônibus, no entanto, pode ser uma boa alternativa caso esteja sozinho ou com apenas duas pessoas, fora isto, não compensa.

Agora, então, vamos ao melhor: os passeios. Fizemos os seguintes passeios em nosso primeiro dia, 17 de fevereiro - sexta-fira, aniversário da minha mãe - na sequência: Jardim Botânico, Bosque Alemão, Memorial Ucraniano, almoço no Madalosso (Bairro Santa Felicidade), Parque Tanguá, Ópera de Arame e, por fim, a comemoração do aniversário de minha mãe - 80 anos - com muito rock, no Hard Rock Café (risos, isso lá é lugar de celebrar aniversário de uma senhora?).

Talvez seja a melhor forma de começar o dia - é um lugar maravilhoso, com seus 178.000 m², que a todo momento nos lembrava os parques fantásticos da Europa, e não poderia ser diferente, foi inspirado nos jardins franceses. Foi inaugurado em 1991.

Os jardins são muito bem cuidados, com flores lindas, uma estufa de 458 m² em estrutura metálica e vidro, onde  estão abrigadas espécies botânicas que são referência nacional; além de banheiros, centro de informação, lanchonete, um pequeno lago e muita paz.

O Jardim Botânico conta ainda com o Museu Botânico, o Jardim de Plantas Nativas e o Jardim das Sensações.

Uma hora talvez seja um tempo razoável para conhecer, mas dependendo de seu interesse, pode ficar bem mais tempo curtindo o local. Passeio imperdível, principalmente em um dia de sol como o que pegamos.

O acesso é gratuito. Funciona todos os dias das 6 às 20 horas (verão) e no inverno de 6 às 19h30. O Jardim das sensações funciona de segunda a sexta das 9 às 17 horas, podendo fechar em dias de chuva.




















Bosque de mata nativa de 38.000 m² da antiga chácara da Família Schaffer que foi transformada em 1996, pela prefeitura, no Memorial da Imigração Alemã.

Está localizado no Bairro Vista Alegre. 

O acesso ao bosque pode ser:
    • Pela Rua Niccolo Paganini, onde tem o Oratório de Bach - homenagem ao alemão Johann Sebastian Bach. É um espaço destinado a espetáculos de música clássica (tem banheiro e lanchonete). A edificação é uma réplica de 1933 de uma Igreja Presbiteriana que foi transferida em 1996 para este local.
    • O outro acesso é pelo Portal da Casa Mila, na Rua Francisco Schaffer.
Nós iniciamos o passeio pelo Oratório de Bach, principalmente porque é uma descida até o Portal e o contrário seria uma subida. 

A entrada é gratuita e em menos de 1 hora percorre-se o bosque e dá pra tirar muitas fotos. Apesar de o espaço a ser percorrido ser pequeno, o esforço é grande para descer as escadas da torre e caminhar pela trilha, calçada com paralelepípedo. O local não é apropriado para pessoas com dificuldade de locomoção.

Tudo que li sobre o bosque faz referência como sendo um local para levar as crianças para ouvir histórias na Casa da Bruxa, mas, sem dúvida, é um local para adulto também, onde apreciamos a bela natureza, tiramos muitas fotos e adquirimos um pouco mais de conhecimento - valeu o passeio.

Iniciando no Oratório de Bach, seguimos por uma passarela, com uma cascata artificial dos dois lados e chegamos à Torre dos Filósofos, com seus 15 metros de altura - neste ponto tem-se uma bela vista da cidade.

Descendo a torre, iniciamos a Trilha João e Maria, marcada por painéis pintados em azulejo que contam, aos poucos, a famosa Fábula João e Maria, escrita em 1812 pelos Irmãos Grimm. Esta trilha passa pela Casa da Bruxa, que funciona como uma biblioteca e sala de contos infantis, onde as histórias são contadas pela bruxa (aos sábados e domingos - consultar horários).
No final da trilha, chegamos a um bonito jardim ao Portal que reconstitui a fachada da Casa Mila, construída no início do século na Rua Barão do Serro Azul, e representa um dos principais exemplares da arquitetura da imigração alemã. A varanda utilizada na réplica é a original. Logo após o Portal já é a rua onde pegamos um UBER para o próximo destino, Memorial Ucraniano.

 
Oratório de Bach
 
Mapa do Bosque
 
Passarela com as cascatas ao lado
 
Cascatas artificiais
 
Vista da cidade sobre passarela
 
Torre dos Filósofos
 
Painéis que contam a história de João e Maria
 
Casa da Bruxa
 
Trilha



 
Flores aquáticas do lago ao lado da trilha
 
Trilha e quiosques que abrigam os painéis
 
Portal  da Casa Mila
 
Imagem aérea do Bosque - fonte: Tourism 4 You


Saímos do Bosque Alemão e fomos ao Memorial Ucraniano, outro local espetacular - Curitiba só aumentando a pontuação de cidade maravilhosa. Ele está localizado no imenso Parque Tingui, que por sua vez está inserido no bonito bairro São João - mapa.

A entrada é gratuita e funciona de terça a domingo das 10 às 17h45.

O Memorial foi inaugurado em 1995 - uma homenagem ao centenário da chegada dos imigrantes ucranianos ao Paraná (mais de 90% dos imigrantes  ucranianos no Brasil vivem no Paraná).

Atrativos do Memorial:
  • Réplica da Igreja de São Miguel Arcanjo (a original é do século XIX, construída pelos imigrantes ucranianos na Serra do Tigre em Marechal Mallet - PR). Tem uma cúpula dourada, construída em madeira, em estilo bizantino, e em seu interior tem uma exposição permanente de pêssankas (ovos pintados à mão), ícones e bordados com desenhos seculares.
  • Réplica em granito de uma escultura construída em Kiev, feita pelo paranaense Elvo Benito Dano, alusiva ao Holodomor - genocídio praticado por Stalin no coração da Europa contra os ucranianos em 1932-1933.
  • Belos jardins.
  • Campanário, que simboliza a integração à nova terra e a importância da religião como mantenedora da unidade cultural
  • Lojinha/lanchonete em uma casa típica de arquitetura ucraniana.
  • Escultura metálica de uma pêssanka gigante, feita pelo artista Jorge Seratiuk.


Chegando ao Memorial

 
Portal do Memorial
 
Réplica da Igreja de São Miguel Arcanjo e Campanário
 
Escultura de Evo Benito - Réplica da Igreja de São Miguel Arcanjo e Campanário
 
Exposição permanente de pêssankas, bordados e ícones
 
Pêsanka metálica gigante de Jorge Seratiuk
 
Lojinha
 
Jardins

Depois de visitar o Jardim Botânico, o Bosque Alemão e o Memorial Ucraniano a fome apertou e aproveitamos a oportunidade para conhecer o tradicional Bairro Santa Felicidade - importante reduto gastronômico, com grande quantidade de restaurantes de cozinha italiana, além de ter muitas vinícolas e lojas de artesanato.

Escolhemos um restaurante tradicional da cidade, o Madalosso, por indicação de um amigo curitibano. Tem dois deles, o antigo (1963) e o novo (inaugurado em 1970, já não tão novo assim). Fomos ao novo, que fica em frente ao antigo. Em 1995 o Madalosso recebeu o título de maior restaurante das Américas, entrando para o Guiness Book, o livro oficial dos Records, com um total de 4.645 lugares em seus 9 salões, e uma área total de 7.671 metros quadrados. Como fomos em uma sexta-feira, só dois salões estavam abertos - ficamos no salão Verona.

Além do restaurante tem um pequeno centro comercial,  Vila Madalosso, com uma loja de artigos de decoração, antiguidades, presentes e bebidas (fábrica própria de vinho, cerveja e sucos com a marca Madalosso) e um escritório de eventos.

Vamos então ao mais importante, a comida: o valor é por pessoa - R$ 47,50 (fevereiro de 2017) - fizemos até um comparativo para avaliar se é caro ou não: convertendo para dólar, dá em torno de US$15, o que lá fora é barato para uma refeição deste tipo. O sistema é de rodízio de massas e algumas carnes - cardápio. À mesa, polenta frita, fígado, salada de radicchio, maionese de batata, tudo à vontade. A comida é boa e farta, mas não é muito nosso estilo. Pela tradição do restaurante, valeu. 

 
Restaurante Madalosso ao fundo e amplo estacionamento atrás da placa
 
Velho Madalosso - em frente ao Madalosso novo
 
Em um dos salões, nossa mesa acaba de ser montada
 
Chafariz em frente a entrada do restaurante - loja ao fundo
 
Área de desembarque e ligação restaurante/loja
 
Área de desembarque


Antes que a preguiça chegasse, chamamos nosso bom e eficiente UBER e fomos para mais um lindo parque, o Tanguá. Além de todos os locais visitados serem maravilhosos, acreditem, as entradas são gratuitas.

O Parque foi inaugurado em 1996 com uma área de 235 mil m² e faz parte do projeto de preservação do Rio Barigui, juntamente com os parques Tingui e Barigui.

Logo na entrada do parque tem um grande espelho d'água com um chafariz, jardins bem cuidados, uma pequena cascata artificial e um mirante em curva, que permite que você admire o parque por todos os ângulos.

 
Entrada principal do parque
 
Entrada principal do parque - mirante
 
Do mirante, vista da entrada principal do parque
 
Do mirante, vista da parte de baixo do parque

À esquerda do espelho d'água tem um caminho que leva para parte inferior do parque, não deixe de ir, pois a vista é muito bonita. Lá tem uma lanchonete com um deck de madeira de onde se avista uma cachoeira, que desce da pedreira desativada até o lago. É possível ver também um túnel escavado na pedreira.

Dali nos dirigimos à saída mais próxima, o que foi muito conveniente, pois não precisamos subir toda trilha sob o sol forte - o UBER nos pegou nesta outra parte do parque.

 
Trilha que liga a parte alta a baixa do parque
 
Deck com a lanchonete com vista da parte alta do parque

Cachoeira artificial
 
Haja copo para encher!
 
Parte baixa do parque
 
Mirante visto de baixo

Saindo do Parque Tanguá fomos para Ópera de Arame, que é bem próxima.

É um teatro em estrutura tubular e teto transparente, inaugurado em 1992 para abrigar qualquer tipo de espetáculo. Tem capacidade para 1500 pessoas. Logo depois da entrada tem uma passarela sobre um pequeno lago. Interessante é que tanto o parque Tanguá quanto a Ópera de Arame foram construídos em área degradada por antigas pedreiras. Boa maneira de devolver a natureza ao povo e integrar cultura e lazer. 

Depois de conhecer os belos parques, confesso que a Ópera de Arame não me entusiasmou muito, principalmente porque grande parte estava com acesso restrito, devido a uma cerimônia de casamento que iria acontecer mais tarde.





 
Passarela
 
Passarela vista de baixo
 
Interior do teatro
 
Pequeno lago na entrada

Retornamos ao nosso hotel para descansarmos um pouco. 

Para fecharmos este ótimo dia com chave de ouro fomos ao Hard Rock Café para comemorarmos o aniversário da minha mãe. Parece estranho celebrar o aniversário de 80 anos de idade de uma senhora nesse tipo de restaurante, mas ela adorou.

O Hard Rock de Curitiba é o único do Brasil e para quem gosta de rock é um lugar muito legal. Tem um bom atendimento e várias opções de comidas, bem ao estilo americano. O preço não é baixo, mas compatível com o que é oferecido. Está localizado no Bairro Batel (4 quarteirões do nosso hotel). É bom ir preparado, pois é comum ter que esperar por uma mesa - esperamos por 30 minutos no confortável lounge.
Assim, fechamos nosso primeiro dia em Curitiba - mapa do trajeto.


  • Passeio de Trem
Nosso segundo dia em Curitiba foi reservado ao passeio de trem para Morretes, já citado no início deste post.

Há várias categorias de conforto para o passeio de trem - nos links abaixo, você terá informações dos trens/litorinas e também das belas histórias da Estrada de Ferro Paranaguá - Curitiba e do passeio, é claro: 
Você pode ir a Morretes de trem (pouco mais de 60 km) e voltar de trem, porém, esta opção é pouco comum, a grande parte das pessoas contrata o pacote de ida de trem e volta de van (apesar de bonito, é cansativo ir e voltar no mesmo dia de trem - na Litorina são 4 horas de viagem) ou ônibus regular. Optamos pelo passeio feito na Litorina de Luxo Copacabana, pois o trem convencional não tem ar condicionado (temperatura estava acima dos 35ºC). No valor do bilhete estava incluso:

    • Translado do hotel para Estação Ferroviária -  foi combinado que a van passaria no hotel entre 8 e 8h30 - às 08h15 eles passaram para nos buscar.
    • Viagem de Litorina de Luxo até Morretes.
    • Almoço em Morretes (com o prato típico barreado).
    • City tour em Morretes e Antonina.
    • Retorno de van pela Estrada da Graciosa, com uma parada.
    • Chegada prevista para 17h30.
Foram vários os motivos que nos levaram a escolher a Litorina, ao invés do trem, entre eles:
  • Ser decorado com mobiliário de época de muito bom gosto.
  • Ser o único trem de luxo do Brasil.
  • Ser considerado um dos dez passeios em trem de luxo mais bonitos do mundo.
  • Ter um atendimento exclusivo com guias especializados (nossos guias Marco e a Raquel eram muito simpáticos, cultos, preparados e prestativos).
  • Ter café da manhã a bordo (simples, mas saboroso - uma tortinha de limão e um croissant quentinho servido com frios) e open bar com cerveja Heineken, espumante, refrigerante, suco, água e café).
  • Ter ar condicionado, que nos proporcionou um conforto enorme. A medida que nos aproximávamos de Morretes a temperatura foi subindo e chegou a 41ºC, imagina o calor no trem se não tivesse ar condicionado - no trem comum não tem.
Sobre o preço: taí um problema. Apesar de ter várias coisas no pacote e de tudo ser muito bom, eu achei caro, R$ 386,00 por pessoa e, para minha surpresa, logo depois da nossa viagem, o preço subiu para R$ 439,00. Fizemos o passeio por ser parte importante do roteiro turístico e para aproveitar a oportunidade, mas que é caro é. Minha esposa achou que valeu o que pagou.

A viagem: as paisagens são muito bonitas e as histórias contadas por nossos guias acerca da construção da estrada de ferro são muito interessantes. Cito algumas apenas: A ferrovia foi inaugurada em 1885 e levou 5 anos para ficar pronta; tem 13 túneis; a ferrovia passa pelo maior trecho contínuo de Mata Atlântica do país; em um dos lagos ao longo da ferrovia tem uma chaminé bem no meio do lago; a ponte São João é a maior ponte da ferrovia com 113 metros de extensão e 60 de altura, é um projeto brasileiro, construída na Bélgica. Em vários locais a Litorina para ou diminui bastante a velocidade (que já é baixa) para que se possa fotografar as belas paisagens. Em um mirante - Santuário do Cadeado - homenagem a Nossa Senhora do Rocio, padroeira do Paraná, a Litorina para completamente por 10 minutos para os passageiros descerem e apreciarem a vista.



Interior da Litorina Copacabana


Interior da Litorina Copacabana


Nosso café da manhã


Nossos guias Raquel e Marcos


Chaminé no meio do lago




Pequena represa da COPEL








Santuário do Cadeado - imagem de Nossa Senhora do Rocio


Litorina Copacabana e Foz




Entrando na Ponte São João


Saindo da Ponte São João


Ponte São João vista de longe




Estação de Marumbi


Sobre o almoço em Morretes: foi no Restaurante Serra Verde Express com o cardápio fixo, barreado , camarão e peixe, além dos acompanhamentos. Achei interessante a forma como é feito o barreado - a carne com temperos e água é levada ao fogão à lenha em uma panela de barro lacrada com barro e fica cozinhando por pelo menos doze horas. Depois de pronta, para acompanhar, farinha de mandioca branca, banana e arroz. O restaurante é simples, mas aconchegante, com um bom atendimento e uma aula de como fazer o barreado. A bebida e sobremesas são pagas à parte, não precisava pelo preço cobrado no pacote.



Fachada do restaurante Serra Verde Express


Interior do restaurante


Iniciando o preparo do pirão com barreado


O city tour em Morretes na realidade é apenas uma pequena volta a pé pela cidade, uns 40 minutos, passando pela Igreja Matriz Nossa Senhora do Porto e em seguida por ruas estreitas, com seu casario conservado, até a praça próxima à ponte de ferro. O Rio Nhundiaquara  acompanha parte deste pequeno percurso - rio de grande importância para a região, que já deu nome à cidade que hoje se chama Morretes, e liga o litoral ao planalto. Seu nome significa buraco de peixe. Este pequeno passeio foi sem o guia. 
Use roupa leve, boné e protetor solar, pois lá faz muito calor, mas leve um agasalho para o trem, caso o ar incomode.


 
Matriz Nossa Senhora do Porto
 
Matriz Nossa Senhora do Porto




 
Vista da escadaria da igreja

Rio Nhundiaquara


Coreto - nosso ponto de encontro com o guia


Ponte de Ferro sob o Rio Nhundiaquara - ao lado da pracinha


Depois de conhecer um pouquinho de Morretes fomos para Antonina. Uma passagem muito rápida e apenas uma parada na Igreja de Nossa Senhora do Pilar, por uns 15 minutos, para tirar algumas fotos. A Igreja fica no ponto mais alto da cidade, de onde se avista a baía, montanhas e parte do porto. A Igreja Matriz data da fundação da cidade em 1714. Seu porto já foi o 4º maior em movimento do país, hoje já não é tão relevante para a economia da cidade. Em toda a região há muitas cachoeiras e vegetação de mata atlântica, com trilhas e muito esporte de aventura. As praias não são muito atraentes. 






 
Praça em frente da igreja
 
Igreja vista da praça






 
Bahia de Antonina vista da Igreja

Retornamos pela Estrada da Graciosa. Eu estava com muita expectativa na beleza desta estrada, mas o local onde me sentei na van, na última fileira de poltronas, atrapalhou um pouco a vista. A van fez uma pequena parada em um ponto de apoio na estrada, onde havia banheiro e lanchonete. Acho que vou ter que voltar em outra oportunidade, dessa vez, dirigindo. Chegamos a Curitiba por volta das 18 horas.









O que é oferecido no pacote é cumprido, o diferencial é realmente a viagem de trem, o restante, dispensável. Isto não quer dizer que não recomendo o passeio, mas acho que o que paguei por ter curtido apenas o trem, ficou caro. Consulte nos links o preço dos pacotes e o preço apenas das passagens. A diferença é pequena entre um e outro, por exemplo, a passagem na Litorina de Luxo (Copacabana ou Foz) é de R$ 360,00 (apenas o trem) e o pacote total é de R$ 439,00, ou seja, apenas R$ 79,00 de diferença para você ter o restante (almoço, traslado, viagem de volta e city tour) o que acaba compensando. Talvez uma opção mais econômica seja a passagem no trem na classe turística, sem requinte, e voltar de ônibus de linha, sem fazer o city tour e escolher o seu restaurante. Um lembrete: o trem sai mais cedo de Curitiba que a Litorina e gasta menos tempo, se não tiver nenhuma paralisação na ferrovia, mas não se esqueça do calor...


  • Terceiro dia em Curitiba
Nosso último dia em Curitiba, domingão de muito sol e calor. O objetivo neste dia era conhecer o Centro Histórico, aproveitar a tradicional feira, a Torre Panorâmica, o Museu Oscar Niemeyer, o Bosque do Papa e, de última hora, conhecer o maravilhoso estádio do Atlético Paranaense, assistindo ao clássico Atletiba e para fechar o dia, jantar na Pizzaria Mercearia Bresser.


Saímos mais uma vez de UBER em direção ao Centro Histórico. Descemos em frente à Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Luz dos Pinhais , elevada a Basílica Menor em 1993 pelo Papa João Paulo II, em seu centenário - escolha estratégica para agradecermos mais esta oportunidade de estarmos em família em um fim de semana tão especial. Construída em estilo neo-gótico e inspirada na Sé de Barcelona, concluída em 1721 e elevada à Catedral em 1894. 







 
Praça em frente à Catedral

Ao lado da Catedral está a Praça Tiradentes - marco zero da cidade. Aqui é o ponto inicial do ônibus turístico. No blog, procuro retratar com a maior fidelidade possível as impressões que tenho dos lugares. Nesta praça aconteceu um episódio que me preocupou e me chateou ao mesmo tempo. Fomos pedir informações a dois policiais, muito educados por sinal. Quando estávamos saindo, eles nos disseram, guardem os celulares, nesta região não é muito seguro. "Quando vamos ter segurança neste nosso país?" 


 
Praça Tiradentes
 
Estátua de Tiradentes
 
Praça Tiradentes - ponto inicial do ônibus turístico

Contornando a Basílica Menor (Catedral) chegamos a Feira de Arte e Artesanato Garibaldi, popularmente conhecida como Feira do Largo da Ordem, que acontece todos os domingos de 9 às 14 horas. Foi interessante conhecer a feira, tem muitas coisas legais, inclusive compramos algumas, mas quero voltar lá para conhecer o Centro Histórico sem a feira. 











Ainda no Largo da Ordem visitamos duas igrejas: a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas, conhecida com Igreja da Ordem, construída pelos portugueses em 1737, o mais antigo templo em pé da cidade, tendo sua última restauração em 1978. Anexo à igreja tem o Museu de Arte Sacra - não chegamos a conhecer. A outra é a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de São Benedito - construção de 1946, em estilo barroco, destacando-se os azulejos portugueses. Foi construída no mesmo local da antiga igreja, demolida em 1931. Ela já foi igreja matriz de Curitiba. 


 
Igreja da Ordem - foto da Web
 
Igreja da Ordem
 
Igreja do Rosário - foto da Web
 
Igreja do Rosário 

Além das igrejas vimos o Relógio de Flores e o bonito prédio de 1900 da Sociedade Garibaldi, onde já foi o Palácio da Justiça. Esta Sociedade, fundada em 1883, tem com objetivo integrar a colônia italiana. Nesta região ainda tinham outros lugares que gostaria de conhecer, mas não deu tempo. Mapa deste pequeno trecho.

 
Relógio Floral e Sociedade Garibaldi ao fundo
 
Sociedade Garibaldi

Saindo do Largo da Ordem andamos por uns 15 minutos até a Praça Santos Andrade. Lá conhecemos por fora o Teatro Guaíra e o Prédio Histórico da Universidade Federal do Paraná - considerada por alguns como a mais antiga do Brasil (há divergência entre os historiadores), além, é claro, da Praça com suas árvores centenárias, estátuas e bustos - mapa, tudo mal cuidado. Esta região estava totalmente deserta e sem policiamento e me incomodou bastante, o que fez com que passássemos rapidamente pela praça. Acredito que durante a semana seja mais movimentada. Uma pena ter esta sensação de insegurança.   Chamou a atenção também a quantidade de pichações nas imediações - um grave problema educacional e social onde a pichação é apenas a ponta do iceberg. Não vou descrever aqui uma lista de sugestões que tenho para tratar o caso. A percepção que tenho é que o assunto é ignorado pela grande maioria dos governantes e legisladores por acharem que é um problema meramente estético e pouco grave.


 
Praça Santos Andrade
 
Praça Santos Andrade
 
Universidade Federal do Paraná
 
Teatro Guaíra

Saindo da praça seguimos pela Rua XV de Novembro, parte dela é conhecida como Rua das Flores, um calçadão com construções centenárias e muitas floreiras - primeira via pública para pedestres do Brasil. Em seguida conhecemos o Paço da Liberdade (Paço é o nome dado a certos palácios, ou outros imóveis ,usados como residências oficiais; palácio de um rei; sede de uma câmara municipal ou prefeitura), onde já foi a antiga Prefeitura e atualmente é mantido pelo SESC, e a Praça Generoso Marques. Estava chegando ao fim o nosso passeio matinal e voltamos ao Largo da Ordem para almoçar.



Rua das Flores


Rua das Flores


Rua das Flores


Praça Generoso Marques


Paço da Liberdade


Paço da Liberdade


Almoçamos no Restaurante Madero Relógio das Flores, que já conhecíamos de outras cidades e gostamos muito. Depois pegamos um UBER para Oi Torre Panorâmica (o link que coloquei foi do Tripadvisor para que veja outras opiniões), que funciona de terça a domingo de 10 às 19 horas. Dos pontos turísticos que visitamos até agora este foi o único pago, R$ 5,00 - valor irrisório. Somente é possível subir quatro pessoas de cada vez no elevador. Como não tinha fila, foi rápido, caso tenha fila, pode demorar um pouco para subir. A torre também é conhecida como Torre das Mercês (está localizada no Bairro das Mercês) ou  Torre da Telepar (antiga empresa pública de telefonia). 

Ela tem 109,5 metros de altura o que equivale a um edifício de 40 andares. Foi construída pela Telepar em 1991. É a única torre de telefonia do Brasil com mirante aberto a visitação.

No hall de entrada, antes de subir, tem uma pequena exposição, com aparelhos e centrais telefônicas antigas, além de histórias da telefonia.

Já no mirante tem-se uma visão de 360º da cidade de Curitiba. As fotos tiradas de lá não ficaram muito boas, pois o vidro que fecha o mirante dá muito reflexo. A vista é bem interessante, mas este passeio não estaria entre os meus preferidos em Curitiba.


 
Restaurante Madero Relógio das Flores no Largo da Ordem


Torre Panorâmica da Oi


Exposição no pavimento térreo da Torre


Vista do alto da torre


Nosso destino seguinte foi o Museu Oscar Niemeyer. O objetivo principal era conhecer o prédio por fora e seus jardins. Como somos de Brasília estávamos curiosos em conhecer mais uma obra do arquiteto, inaugurada em  2002 com o nome de Novo Museu. Em 2003, seu nome foi mudado para Museu Oscar Niemeyer (MON). É conhecido também como o "Museu do Olho", devido a forma elíptica e as paredes de vidro de seu último anexo. Gostamos bastante do prédio e principalmente do ambiente com muito verde e muitos jovens.

No local há uma loja e um café bem legais. Não chegamos a visitar as exposições (permanentes e itinerantes) - confira os valores dos ingressos.

O museu está localizado ao lado do Bosque do Papa, para onde fomos a pé.














Saímos do MON pela lateral, descendo por uma escada na Rua Deputado Mário de Barros. Andamos poucos metros e, em frente ao Tribunal de Contas do Paraná, entramos no Bosque do Papa João Paulo II e no Memorial da Imigração Polonesa, criados em 1980 quando o Papa visitou Curitiba.

Mais uma vez fiquei um pouco apreensivo com a questão da segurança, pois este pequeno trecho percorrido nesta rua e na entrada do bosque estavam desertos.

Nesta entrada lateral do bosque tem um grande gramado e em seguida um pequeno caminho, calçado, que leva até uma estátua do Papa João Paulo II. Local muito agradável.

 
Entrada Lateral do Bosque
 
Caminho que leva até a estátua do Papa João Paulo II
 
Estátua do Papa João Paulo II

Da estátua chega-se ao Memorial da Imigração Polonesa, com 7 casas de madeira que foram trazidas das antigas colônias polonesas dos arredores da capital. São casas de troncos de araucária encaixados que abrigam um acervo histórico.

A primeira delas delas é uma pequena capela de Nossa Senhora de Czestochowa, homenagem à Virgem Negra de Czestchowa, padroeira da Polônia e um quiosque para a venda de artesanato e produtos típicos, que também vende água e alguns doces. Comemos o doce do Papa - "Kremówkas", que é feito com massa folhada e creme - muito bom.


 
Capela
 
Placa na entrada da Capela
 
A casa à esquerda é a lojinha








 
Acesso principal ao Memorial

Já era quase 4 horas da tarde e decidimos de última hora assistir ao clássico Atlético Paranaense e Curitiba pelo campeonato Paranaense, que começaria às 17 horas.

A visita ao Estádio do Atlético, Arena da Baixada, não estava em minha lista de locais a visitar, mas queria muito conhecer, então, aproveitamos a oportunidade e fomos ao jogo.

Achei que não conseguiria ingressos, mas foi tranquilo para comprar. Entramos no estádio e foi pura emoção ver aquelas torcidas animadas e a maravilhosa estrutura do estádio (corredores, acesso, cobertura retrátil, campo de grama sintética, cadeiras, e tudo mais), mas o mais emocionante foi ver a alegria de minha mãe, de 80 anos, ao presenciar tudo aquilo.

Apesar de não torcer para nenhum dos times, foi de arrepiar vê-los entrar em campo; o Hino Brasileiro ser cantado e o juiz se prepar para apitar o início do jogo. E o jogo? Nada de começar. Então, o improvável aconteceu, uma discussão sobre a transmissão do jogo envolvendo os times, a Federação Paranaense de Futebol, a Globo e o Youtube. Depois de uns 45 minutos do horário previsto para começar a partida, foi anunciado o cancelamento do jogo! Depois, acompanhamos pela TV os comentários e ouvimos que muitos torcedores concordaram com a posição dos clubes, mas minha opinião é diferente: considero que foi um ato irresponsável de todos, poderia ter acontecido uma tragédia, tendo em vista que muitos saíram revoltados. Nada justifica o que aconteceu, os problemas eram previsíveis e tinham que ter sido resolvido antes ou, na pior das hipóteses, o jogo ter sido realizado e, posteriormente, os envolvidos resolvessem a questão da transmissão na justiça. O que não podia de forma alguma era o torcedor pagar por isso. O dinheiro dos ingressos pode ser devolvido, mas só pessoalmente, conclusão: perdi, pois não moro em Curitiba.

Apesar de todo o problema, pelo menos conhecemos o estádio e temos esta inusitada história para contar.







Para fechar nossa noite e a nossa passagem por Curitiba, fomos jantar na premiada Pizzaria Mercearia Bresser.

Ótimas pizzas, recomendo - ambiente agradável, decoração retrô, pizzas com sabores diferentes e massa fina ou tradicional, feitas no forno à lenha e bom atendimento.

Está localizada próxima do hotel onde estávamos hospedados, no Bairro Batel.












Foi um final de semana muito intenso, com muitos passeios e comemoração. Vai ficar na lembrança, principalmente a celebração do aniversário da minha mãe.


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