Em Batalha a intenção era conhecer somente o Mosteiro, para depois seguirmos para Évora.
Leiria
No pouco tempo que tínhamos na cidade, passamos rapidamente por alguns lugares que já conhecíamos, mas, como sempre, descobrimos coisas novas.
Igreja do Espírito Santo: igreja de inspiração barroca do século XVIII, simples, mas bonita por fora e por dentro. Está localizada próxima da Ponte Afonso Zuquete (acesso principal da cidade).
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Rotunda do Antigo Polícia Sinaleiro - entre a Igreja do Espírito Santo e a Fonte Luminosa |
Praça da Fonte Luminosa - Largo 5 de Outubro: um espaço muito bonito no centro da cidade que permite ainda observar o Castelo no alto do morro.
Os destaques são a Fonte Luminosa e o letreiro LEIRIA.
No centro da Fonte tem uma estátua de autoria de Lagoa Henriques, em homenagem aos dois rios que passam por Leiria, o Rio Lis e o Rio Lena, e que se unem um pouco ao norte da cidade.
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Monumento L E I R I A no Largo 5 de Outubro |
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Fonte Luminosa no Largo 5 de Outubro |
Jardim Luis de Camões: é um jardim muito bem cuidado, com muito verde e bancos para se sentar e ficar apreciando o local.
Praça Francisco Rodrigues Lobo: não tínhamos passado por aqui da outra vez que estivemos em Leiria. A Praça é bem movimentada, tem alguns bares, o calçamento todo em pedras portuguesas muito bonito e rodeada de prédios harmoniosos entre si.
Igreja da Sé Catedral: é do século XVI em estilo maneirista.
O terremoto de 1755 em Portugal provocou sérios danos na fachada principal, cuja reconstrução teve início no ano seguinte. Também devido aos efeitos do sismo, em 1772 foi construída uma nova torre sineira, em estilo barroco, no mesmo local da anterior - afastada da Sé, junto a uma das antigas portas da muralha do castelo, a Porta do Sol. Durante as Invasões Francesas (1810), um incêndio destruiu parcialmente o interior da igreja.
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Sé de Leiria |
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Torre Sineira da Sé |
Eça de Queiroz: diplomata e um dos mais importantes escritores portugueses. No adro da Sé, o escritor, que era Administrador do Concelho, tinha como seu local de trabalho a casa da foto abaixo, repleta de azulejos azuis e brancos e também com azulejos alusivos a Sócrates e a Hipócrates.
Igreja da Misericórdia: deixou de ser utilizada para atividades religiosas em 2014. É propriedade da Santa Casa da Misericórdia e está cedida à Câmara Municipal de Leiria que, após um amplo programa de restauro (2016), a transformou num Centro de Diálogo Intercultural (inaugurado em 2017), no âmbito do projeto Rotas de Sefarad, Valorização da Identidade Judaica Portuguesa no Diálogo de Culturas.
Galeria de Arte Banco de Portugal: conta com uma larga lista de exposições de artistas locais, nacionais e internacionais. O edifício é de 1929 e pertencia ao Banco de Portugal. Posteriormente foi adquirido pela Câmara Municipal de Leiria.
Castelo: o Castelo de Leiria é um destaque na paisagem por ficar no alto. Visitamos da outra vez que estivemos em Leiria. Fomos informados de que estava fechado para restauração.
Museu de Leiria: inaugurado em 2015, está inserido no antigo Convento de Santo Agostinho, do século XVI. Infelizmente não conhecemos em nenhuma das duas vezes em que fomos a Leiria. Desta vez passamos apenas na porta quando estávamos saindo da cidade.
Batalha
Chegamos a Batalha um pouco antes de meio-dia e estacionamos o carro em frente ao Mosteiro. Logo que descemos do carro não sabíamos se comprávamos o ingresso ou se ficávamos admirando o Mosteiro por fora, pois impressiona no tamanho e na robustez da edificação. O acesso à Igreja não é pago, apenas ao Mosteiro, e a compra do ingresso é feita em um cantinho dentro da igreja.
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Saída do estacionamento e entrada no Largo Infante Dom Henrique (Mosteiro da Batalha) |
O Mosteiro de Santa Maria da Vitória, mais conhecido como Mosteiro da Batalha, é um mosteiro da Ordem de São Domingos e foi mandado edificar em 1386 pelo rei D. João I, como agradecimento à Virgem Maria pela vitória contra os rivais castelhanos na Batalha de Aljubarrota. Foi construído ao longo de dois séculos, até cerca de 1563, durante o reinado de sete reis de Portugal, embora já vivessem ali os primeiros frades dominicanos desde 1388.
Exemplo da arquitetura gótica tardia portuguesa, ou estilo manuelino, é considerado Patrimônio Mundial pela UNESCO e, em 7 de julho de 2007, eleito como uma das Sete Maravilhas de Portugal.
O primeiro arquiteto do Mosteiro da Batalha foi Afonso Domingues, que construiu parte da Igreja e da Sala do Capítulo, e o Claustro Real. Em 1402, David Huguet, arquiteto irlandês, sucedeu Afonso Domingues dirigindo as obras até 1438. Sob sua direção foi construída a Capela-Mor, e a Sala do Capítulo e a Capela do Fundador foram concluídas. Mais tarde ele foi sucedido pelos arquitetos portugueses Martin Vasquez, Fernão de Évora e Mateus Fernandes.
A frase que resume a intenção da construção do Mosteiro da Batalha é: "Monumento Memorial da Batalha de Aljubarrota e Panteão Régio".
Começamos a visita pela Igreja de Nossa Senhora da Vitória, que é bem grande, com mais de 80 metros de comprimento, 22 metros de largura e 32,5 de altura.
O portal abaixo é um dos acessos à Igreja. Ele está no sentido oposto à Capela-Mor.
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Entrada da Igreja e acesso à visitação do Mosteiro |
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Capela-mor |
Uma curiosidade sobre a Capela de Nossa Senhora da Piedade: a imagem de Nossa Senhora é a única imagem dos antigos altares do Mosteiro que se conserva no seu lugar de origem.
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Capela de Nossa Senhora da Piedade |
Próximo às Capelas está, entre outros, o túmulo de D. Diogo Lopes de Sousa - Conde de Miranda, conselheiro real. O túmulo é uma obra rara no gênero, tendo recebido influência da escultura italiana.
Capela do Fundador: está localizada à direita da foto abaixo. O acesso é pela igreja. Esta Capela foi feita para servir de Panteão de D. João I e da Dinastia de Avis.
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Entrada da Igreja - à direita, Capela do Fundador |
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Entrada da Capela do Fundador |
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Túmulo de D. João I - Capela do Fundador |
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Capela do Fundador |
Claustro Real ou Dom João I: foi o primeiro a ser construído no Mosteiro. Durante o reinado de D. Manuel o Claustro foi enriquecido com muitos detalhes. Está localizado ao lado da igreja e à sua volta está grande parte das dependências do convento, como o dormitório, a Sala do Capítulo, o lavabo e o refeitório. É composto de jardins e arcos com rendilhados, característicos das construções góticas. O piso e as paredes são em pedra.
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Claustro Real |
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Claustro Real |
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Claustro Real |
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Claustro Real |
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Claustro Real |
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Claustro Real - Lavatório dos Dominicanos |
A Sala do Capítulo deste Mosteiro tem uma uma grande abóbada, sem nenhum suporte central, tendo sido considerado um projeto muito audacioso da arquitetura gótica europeia. Reza a lenda que
o arquiteto Afonso Domingues teria montado campana ali durante três dias para ver se o teto não desmoronava. O arquiteto Huguet concluiu a obra.
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Claustro Real - entrada para Sala do Capítulo à direita |
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Sala do Capítulo |
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Portal visto de dentro da Sala |
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Túmulos dos Soldados desconhecidos |
Claustro de D. Afonso V: foi construído durante o seu reinado. O arquiteto responsável foi Fernão de Évora. É um Claustro mais simples que o Claustro Real, entretanto tem um segundo piso, onde tem auditório, centro administrativo e educativo, centro de restauração de vitrais, uma varanda para contemplar o jardim e também observar a área externa do Mosteiro. Tem ainda a antiga máquina de relógio da torre da Igreja, primeiro relógio mecânico do Mosteiro, construído em 1460 pelo Mestre Relojoeiro João Alemão.
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Claustro de D. Afonso V |
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Claustro de D. Afonso V - visto do segundo piso |
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Antiga Máquina de Relógio da Torre da Igreja |
Bem no canto do Claustro Real, antes de entrar no Claustro de D. Afonso V, como não poderia deixar de ter, tem uma loja de lembranças e também o Museu.
Capelas Imperfeitas: para visitá-la é necessário sair do Mosteiro, no Claustro D. Afonso V (guarde o ingresso comprado na Igreja), e entrar nas Capelas Imperfeitas por outra entrada.
As Capelas Imperfeitas, também chamadas de Panteão D. Duarte, foram mandadas construir pelo Rei D. Duarte para ser seu panteão. O projeto foi concebido em formato octogonal pelo arquiteto Huguet e continuado depois por Mateus Fernandes e João Castilho. O balcão do piso superior, já renascentista (1533), é atribuído a Miguel de Arruda e representa a última tentativa do Rei D. João III de concluir as Capelas antes do encerramento definitivo da obra. Pelo fato das obras não terem sido concluídas, as Capelas têm o nome de Capelas Imperfeitas.
Nestas Capelas estão os túmulos de D. Duarte e da Rainha Leonor de Aragão, além de João, príncipe de Portugal, filho primogênito de Afonso V, que morreu logo que nasceu.
Na foto abaixo é possível identificar cada parte do Mosteiro.
Finalizada a visita, demos uma volta pelos Jardins e Largos que circundam o Mosteiro: Largo do Mosteiro, Largo do Infante Dom Henrique, onde tem seu busto, e Jardim do Condestável, onde tem a escultura do Condestável Nuno Alvares Pereira, montado em um cavalo. O Condestável junto com o Rei D. João I foram responsáveis pela vitória portuguesa na Batalha de Aljubarrota.
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Condestável Nuno Álvares Pereira |
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Infante Dom Henrique |
Nesta região mesmo nós almoçamos e ainda tiramos algumas fotos da Igreja Matriz (estava fechada), e entramos na loja de artesanatos Casa Trovão, onde vendem artesanato típico muito bonito.
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Casa Trovão |
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Igreja Matriz |