A estrada, como todas as outras de Portugal, é maravilhosa, praticamente uma reta só até Covilhã. Passamos no caminho por cidades que gostaríamos de conhecer: Viseu e Guarda, mas não dava tempo. Chegamos bem próximo da divisa com a Espanha, a apenas 40 km.
Nosso objetivo principal era conhecer o Parque da Serra da Estrela, mas precisávamos escolher um local como base. Poderíamos nos hospedar em alguma pequena cidade ou em alguma pousada isolada dentro do Parque. Mas optamos por uma cidade um pouco maior, com infraestrutura melhor e com pontos de interesse para conhecermos. Covilhã atendia a esses requisitos. A cidade está localizada praticamente na divisa com o Parque. Na foto abaixo, toda a área em verde é o Parque da Serra da Estrela.
Chegamos em Covilhã (ou na Covilhã, como dizem os portugueses) umas 4 horas da tarde e fomos direto para o hotel. Covilhã tem o centro histórico bem separado da região mais nova da cidade. Escolhemos o Hotel Santa Eufemia que fica entre a parte nova e o centro histórico (2 km de distância apenas). O Hotel é grande e antigo, bem movimentado no final de semana, nos atendeu muito bem - bom custo/benefício. Abaixo, foto tirada da varanda do nosso quarto no nono andar (último andar).
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Vista da janela do nosso quarto |
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Igreja da Misericórdia - entrada do estacionamento à esquerda |
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Hotel Solneve - estacionamento coberto em frente |
Igreja da Misericórdia: situada na Praça do Município, próxima à Câmara Municipal.
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Igreja da Misericórdia |
Na fachada, destacam-se as imagens das 3 virtudes: esperança e caridade, logo acima do portal, e a fé no topo da igreja. Ainda na fachada, no centro da estrutura triangular, está a imagem de Nossa Senhora do Pópulo.
No interior, o altar-mor é em talha escura. No centro do altar, Nossa Senhora da Misericórdia. O teto foi pintado no século XX.
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Coro alto |
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Imagem de Nossa Senhora da Misericórdia no altar-mor |
Do outro lado da rua está a Câmara Municipal, um centro de apoio ao turista, uma confeitaria bem movimentada, a Nata Lisboa, e a estátua de Pêro da Covilhã, que foi um diplomada e explorador português.
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Câmara Municipal (centro) - Estátua de Pêro da Covilhã e Nata Lisboa (à direita) |
Igreja de Nossa Senhora da Conceição: está localizada em frente ao Largo Infantaria 21.
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Largo Infantaria 21 - Igreja de Nossa Senhora da Conceição |
Alguns metros à frente está o Jardim do Município e o Museu de Arte Sacra, muito bem cuidados.
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Estátua em homenagem às mães |
Museu de Arte Sacra: a entrada é de graça e o museu é bem interessante, vale a pena conhecer.
O edifício foi construído em 1921 e lá morou Maria José Vaz de Macedo Alçada, que o doou em testamento para o Município. Em 2011 a Câmara Municipal projetou e implantou o Museu.
O Museu católico apresenta de uma forma didática:
- os 7 Sacramentos: Batismo, Confirmação, Matrimônio, Ordem, Penitência, Eucaristia e Unção dos Enfermos;
- o desenho (croqui) de uma igreja com o nome e o significado de cada parte;
- o que é relíquia e o que é relicário; entre outras curiosidades.
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A- Nave; B- Transepto; C- Arco Triunfal; D- Capela-mor; E- Mesa do Altar; F- Retábulo;
G- Batistério; H- Pia da água benta; I- Coro; 1- Lado do Evangelho; 2- Lado da Epístola
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O acervo do Museu é composto por imagens sacras, retábulos, relicários, altares, crucifixos, livros e documentos raros, ourivesaria, mobiliário, telas, objetos religiosos e paramentos litúrgicos do século XII ao XX.
O Museu conta ainda com exposição temporária e um pequeno jardim interno com vista para cidade.
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Exposição temporária |
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Jardim interno |
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Vista de dentro do Museu |
Dia 9 de fevereiro, nosso segundo dia em Covilhã. Este dia foi reservado apenas para a cidade, pois o destino do dia seguinte seria o Parque da Serra da Estrela.
Primeiro, fomos a alguns lugares de carro: Monumento Jardim Nossa Senhora da Conceição, Igreja de Nossa Senhora de Fátima e Capela de Santa Cruz do Calvário.
Saindo do hotel sentido centro histórico, na Rotunda do Rato, viramos à esquerda (em frente, mantendo a direita, é o caminho para o centro histórico). São apenas 600 metros à frente da Rotunda pela Rua Morais do Convento. Paramos rapidamente para tirar algumas fotos do Jardim e da vista da cidade. Na ponta do jardim, em um pedestal, está a imagem de Nossa Senhora da Conceição.
Voltamos até a Rotunda do Rato e a contornamos, agora no sentido centro histórico. Alguns poucos metros à frente, viramos à esquerda para a Igreja de Nossa Senhora de Fátima.
Igreja de Nossa Senhora de Fátima: foi inaugurada em 1947 seguindo o estilo maneirista. No local, em 1730, era a Capela do Senhor da Ribeira, com o mesmo estilo, posteriormente destruída.
De carro ainda fomos conhecer a Capela de Santa Cruz do Calvário.
Capela de Santa Cruz do Calvário: infelizmente estava fechada. Uma senhora do Museu de Arte Sacra nos informou que ela é aberta apenas para visitas guiadas e agendadas previamente.
É uma Capela do século XV, situada na parte mais alta da cidade. Desconhece-se ao certo o ano em que foi erguida, porém, alguns autores apontam para uma construção primitiva pelo Infante D. Henrique e mais tarde, nos finais do século XVI, restaurada pelo Infante D. Luis. Em 1998 passou por mais uma restauração. A capela é de construção simples, estilo renascentista. No exterior, observam-se dois alpendres com colunas toscanas e um púlpito.
É uma Capela do século XV, situada na parte mais alta da cidade. Desconhece-se ao certo o ano em que foi erguida, porém, alguns autores apontam para uma construção primitiva pelo Infante D. Henrique e mais tarde, nos finais do século XVI, restaurada pelo Infante D. Luis. Em 1998 passou por mais uma restauração. A capela é de construção simples, estilo renascentista. No exterior, observam-se dois alpendres com colunas toscanas e um púlpito.
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Capela de Santa Cruz do Calvário |
Igreja de Santa Maria Maior: do século XVI, reedificada entre 1872 e 1876. A fachada atual, em estilo barroco, foi revestida de azulejos azuis e brancos em 1943, representando a vida da Virgem Maria. Era conhecida, no passado, como a Capela de Santa Maria do Castelo.
Em seu interior há 11 altares, sendo cinco dedicados à Nossa Senhora, representada em nove imagens distintas.
Andamos um pouco pela cidade sem um destino certo, apenas observando tudo. Não passaram desapercebidas as diversas pinturas nos muros, o que não é comum nas cidades de Portugal que já visitamos.
Depois de visitarmos várias igrejas, mudamos o foco para conhecer alguns recursos de melhoraria da mobilidade dos pedestres em Covilhã, diminuindo as distâncias. Conhecemos três locais que, além de atender à população, também são atrações turísticas: o Elevador do Jardim Público conjugado com a Ponte da Ribeira da Carpinteira, o Elevador da Goldra e o Elevador de Santo André.
Elevador do Jardim Público e Ponte da Ribeira da Carpinteira: na realidade são dois recursos de mobilidade independentes, mas que juntos diminuem mais ainda as distâncias.
A Ponte foi inaugurada em 2009 e tem 220 metros de extensão, 4 metros de largura e 52 metros de altura, no ponto mais alto. Ela liga o Bairro dos Penedos Altos (onde tem uma piscina coberta municipal) ao elevador, Rua Marquês de Ávila e Bolama.
Considerada uma das pontes pedonais mais impressionantes de Portugal com um caminho em ziguezague muito acima do vale da Ribeira da Carpinteira. Esta obra recebeu ao longos dos últimos anos vários prêmios mundiais.
Já o elevador sai do final da Ponte na Rua Marquês de Ávila e Bolama e vai até o Jardim do Município, onde está o Museu de Arte Sacra. Ele foi inaugurado em 2015.
A Ponte foi inaugurada em 2009 e tem 220 metros de extensão, 4 metros de largura e 52 metros de altura, no ponto mais alto. Ela liga o Bairro dos Penedos Altos (onde tem uma piscina coberta municipal) ao elevador, Rua Marquês de Ávila e Bolama.
Considerada uma das pontes pedonais mais impressionantes de Portugal com um caminho em ziguezague muito acima do vale da Ribeira da Carpinteira. Esta obra recebeu ao longos dos últimos anos vários prêmios mundiais.
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Vista da ponte |
Já o elevador sai do final da Ponte na Rua Marquês de Ávila e Bolama e vai até o Jardim do Município, onde está o Museu de Arte Sacra. Ele foi inaugurado em 2015.
Elevador de Santo André: inaugurado em 2009, liga a Rua Marquês de Ávila e Bolama (Via N339 - parte baixa, próximo da Universidade e ao elevador da Goldra), à Rua Antônio Augusto de Aguiar na parte alta, onde está o Mercado Municipal, o Relógio de Sol e o Miradouro Porta do Sol. É o principal acesso ao Centro Histórico.
Era domingo e ele não estava funcionando. Outra opção é usar a escada lateral.
A apenas 100 metros de distância do Elevador de Santo André está o Elevador da Goldra.
Elevador da Goldra: inaugurado em 2013. O acesso pela parte alta está localizado bem próximo do Museu de Lanifícios e da Universidade da Beira Interior na Rua Marquês de Ávila e Bolama (Via N339). Já o acesso pela parte baixa é feito pelo Jardim da Goldra.
Na saída do segundo pavilhão do Museu de Lanifícios, virando à direita, chega-se ao elevador (parte baixa), cujo uso é gratuito. Estava funcionando normalmente no domingo.
Achei muito interessante conhecer estes aparelhos urbanos voltados para a mobilidade das pessoas, porém, me chamou a atenção o vandalismo e a falta de manutenção. Em toda a viagem foi apenas em Covilhã que percebi este problema.
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Ponto de acesso ao Elevador do Jardim Público |
O destino seguinte foi o Museu de Lanifícios, poucos metros à frente do Elevador da Goldra, na Universidade de Beira Interior.
Museu de Lanifícios ou Muslan: pertence à Universidade da Beira Interior. A entrada é paga e vale para os dois pavilhões (2 euros apenas). Único local pago que visitamos em Covilhã. Reserve de uma a duas horas para visitá-lo com calma.
O Museu foi instituído em 1989 com a finalidade de preservar a área das tinturarias da Real Fábrica de Panos, fundada pelo Marquês de Pombal em 1764.
O lanifício é uma das mais antigas indústrias humanas, pois a tecelagem da lã era uma questão de sobrevivência. Covilhã oferecia as condições ideais para a instalação da indústria, pois as ovelhas tinham pasto no verão na serra, água de qualidade, devido às várias nascentes, e a lenha da mata para as fornalhas. Com o tempo, firmou-se com a produção de excelente qualidade e grande expressão artística dos produtos ali confeccionados.
O acervo deste Museu está dividido em dois pavilhões: Real Fábrica de Panos e Real Fábrica Veiga, além das Râmolas de Solo.
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Caminho para o Museu |
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Entrada do primeiro pavilhão - Real Fábrica de Panos (à direita) - Fonte das Lágrimas (à esquerda) |
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Acesso ao segundo pavilhão Real Fábrica Veiga |
No Museu é possível conhecer toda a evolução do trabalho com a lã, bem como o maquinário empregado em todo o processo. Para conhecer mais sobre o Museu clique aqui.
Fotos do Pavilhão Real Fábrica de Panos
Fotos do Pavilhão Real Fábrica Veiga
O dia estava chegando ao fim quando saímos do Museu. Pegamos o carro no estacionamento e, antes de voltar ao hotel, fomos conhecer a parte mais nova da cidade. Demos uma volta de carro e fomos ao Serra Shopping fazer um lanche e comprar algumas coisas no Supermercado Continente. Lugar agradável, com estacionamento gratuito no subsolo.
Dia 10 de fevereiro - reservamos o dia para conhecer o Parque da Serra da Estrela, que vou postar separadamente, clique aqui para ler esta publicação.
No final do dia passamos no centro histórico para lanchar na Brasil Uai, confeitaria recém inaugurada, do lado oposto à entrada do estacionamento. Fomos comer pão-de-queijo, coxinha, brigadeiro, tomar café e conversar com os donos, um casal de brasileiros aposentados que se mudou para Covilhã porque a filha foi estudar medicina lá.
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Brasil Uai |
No dia 11 de fevereiro, antes de seguirmos para a próxima cidade, fomos de carro conhecer o Mercado Municipal, o Miradouro da Porta do Sol, o Relógio de Sol, uma parte das muralhas e, lógico, apreciar a vista de lá. Passamos muito rápido por esta região.
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Mercado Municipal |
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Muralha |
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Vista do Miradouro da Porta do Sol |
Seguimos viagem com destino a Leiria, passando primeiro em Fátima. Nosso objetivo era assistir à Missa das 11 horas em Fátima.
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